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Antonio Lopes |
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Argentina |
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posadasanbras@hotmail.com |
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Mostrar Portugal numa pousada argentina |
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Mostrar Portugal numa pousada argentina
ALEXANDRA MACHADO
DIREITOS RESERVADOS
Não conhece Portugal. Mas tenciona um
dia visitar. Percebe tudo de português,
mas a falar refugia-se na segurança do
espanhol. Victor Lopes é um
lusodescendente, como tantos outros. Mas
na Argentina avança com um projecto
único. Construir uma pousada-museu onde
a temática predominante será Portugal.
Até pelo nome. A Pousada levará a
designação de San Bras de Alportel, a
espanholização da terra de onde os seus
pais imigrarem nos anos 40 à procura de
uma vida melhor. São Brás de Alportel,
no Algarve, viu partir Maria Luísa
Conceição Viegas e António Lopes, como
então via partir tantos outros
portugueses. A vida não era fácil,
lembra Victor Lopes de ouvir contar os
pais. Maria Luísa dedicava-se à costura
e ao trabalho no campo. António era
sapateiro e tocava saxofone, ofícios que
manteve em Buenos Aires para onde
imigraram. Foi aqui que tiveram os
quatro filhos, entre os quais Victor
Lopes que, aos 44 anos, embora não
conheça a terra dos pais quer
homenageá-los com uma pousada dedicada a
Portugal. "Mas queríamos algo mais do
que uma pousada", explicou,
telefonicamente, ao DN Victor Lopes,
explicando que é sua intenção "difundir
a cultura portuguesa, a música, os
costumes". Apesar desta iniciativa,
lamenta não ter conseguido apoios por
parte da Embaixada portuguesa ou do
Instituto Camões. Não pediu dinheiro,
assegura, queria apenas contributos para
a parte museológica. Esses têm-lhe
chegado dos particulares e de empresas.
A Internet ajudou a divul- gar o
projecto. Victor Lopes lembra o endereço
(posadasanbras@hotmail.com) para quem o
quiser contactar e mostra-se sempre
disponível para dar informações sobre a
Argentina. "Já tenho dado informações e
mandam-me mails a perguntar coisas sobre
a Argentina". Afinal, Victor Lopes está
habituado a estas coisas do turismo,
actividade em que trabalhou em Buenos
Aires até decidir dedicar-se a tempo
inteiro à pousada. Trabalhava na capital
argentina, mas mudou-se para a Villa
General Bergano, uma localidade
turística com forte presença europeia,
uma vez que albergou muitos alemães,
suíços, austríacos. Portugueses, apenas
cinco famílias.
As portas da pousada deverão abrir no
final do ano, lá para Novembro ou
Dezembro. São, ao todo, 10 quartos,
ocupando a pousada um total de mil
metros quadrados. Victor Lopes pensa
pedir por cada noite 120 pesos
argentinos (cerca de 30 euros). A
decoração de cada quarto será dedicada a
cada região portuguesa. Livros,
revistas, artesanato, o inconfundível
galo de Barcelos, uma guitarra
portuguesa, discos, fotografias, pratos,
cerâmica, azulejos, haverá de tudo nesta
pousada-museu. Victor Lopes, entre
pedidos para envios de "portugalidades",
vai deixando o aviso que não quer
artigos com valor comercial. O objectivo
não é fazer negócio com o que lhe mandam.
A pousada acaba por ser a sua homenagem
aos pais. A mãe tem mais de 80 anos e o
pai faleceu há três anos. Victor Lopes
não é casado, diz-se comprometido. Adora
o fado e cita Cristina Branco, Mariza,
Carlos do Carmo, ou na escrita José Luís
Peixoto. Vê semelhanças no fado e no
tango e lembra o projecto da cantora
Karina Beorlegui: mistura os dois sons
que diz serem "primos". Victor Lopes
também mistura os dois sons. Tem dupla
nacionalidade e por timidez prefere
falar em espanhol, ainda que entenda
tudo em português. "Em casa sempre se
falou português".
http://dn.sapo.pt/2007/08/18/dngente/mostrar_portugal_numa_pousada_argent.html
http://ahoraportugal.blogspot.com/ |
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2008-03-21 |
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